-Reino de Meduna, ano 1033 da Segunda Era do Sol. Seis horas após o sol-em-pico.
O Palácio Verde possui esse nome pois as plantas de seus jardins suspensos crescem em tanta harmonia com as grandes paredes de pedra, que acabam por revestir diversas partes das mais altas muralhas. Viajantes a milhas de distância podem reconhecer o próspero símbolo da Família Real de Meduna, o maior Reino Sulista de Ethiria, e podem saber que dentro daquelas paredes existe a lei, a ordem, e a segurança.
Meduna teve diversos reis, todos da mesma linhagem, e todos adeptos do mesmo código de honra da cavalaria. Eram homens poderosos e virtuosos, e todos deram suas vidas para que o reino crescesse imponente entre aquelas terras irregulares e de bosques sinistros.
Hoje era Melissa Medrow a senhora daquele Palácio e de todas as terras e pastos ao redor dele. Era senhora de um povo, era rainha de uma nação, era comandante de doze legiões. Com menos de trinta anos ela já havia conquistado o reino sem rei de Osthuria, vencido os Corsários Negros e enforcado seu líder, caçado e matado o velho e sábio Dragão Amaranantir, que saqueava as caravanas de mercadores vinham ao seu reino e, principalmente, havia imposto aos reinos menores a supremacia de Meduna.
Melissa Medrow havia lutado e conquistado muito. E em nenhuma das batalhas que travou pela honra de sua família e de seus pais - todos já mortos, e mortos em campo - ela sentiu tamanho arrepio ao olhar para os céus.
Estava nevando.
Em cento e doze invernos, nunca, absolutamente nunca um único floco de neve havia atingido os pastos castanhos do reino fantástico. Mesmo nas noites mais frias, qualquer guerreiro podia dormir ao lado do cavalo ao relento sem preocupar-se com doenças. E em cento e doze invernos, Meduna nunca havia visto magia tão poderosa quanto era a magia de Tarthalia, a Bruxa Branca do Norte.
Mensageiros além das fronteiras traziam notícias sobre uma horda que surgia do nada, de monstros vindos de infernos inimagináveis, e de soldados que erguiam-se para a luta mesmo depois de mortos. Haviam histórias sobre dois reinos do norte que haviam caído como que feitos de palha diante da magia dessa mulher que Melissa somente mais tarde saberia o nome.
A rainha guerreira havia mandado expedições para as extremidades do reino, e nenhuma delas havia retornado. O inverno havia tomado conta dos pastos do norte e oeste. Não havia contato com os fortes do Martelo, do Cavalo de Prata e da terceira Legião mandada para as vilas de Valverde. Nenhum homem havia retornado vivo, e a voz horripilante da bruxa já alcançava as noites de sono da guerreira.
E ainda na sacada, a rainha baixou os olhos para as montanhas do norte. Lá ao longe pode perceber um branco ganhando o horizonte, como um leve lençol clareado sendo jogado sobre as terras conquistadas através do sangue de sua família. Kratia, sua Segunda Em Comando, já observava a rainha há algum tempo, e aproximou-se de sua senhora enquanto trazia o peitoral prateado em suas mãos calejadas pelo uso de armas.
-Majestade, as legiões estão preparadas. Todos os homens e mulheres estão em seus postos de defesa.
O Palácio Verde possui esse nome pois as plantas de seus jardins suspensos crescem em tanta harmonia com as grandes paredes de pedra, que acabam por revestir diversas partes das mais altas muralhas. Viajantes a milhas de distância podem reconhecer o próspero símbolo da Família Real de Meduna, o maior Reino Sulista de Ethiria, e podem saber que dentro daquelas paredes existe a lei, a ordem, e a segurança.
Meduna teve diversos reis, todos da mesma linhagem, e todos adeptos do mesmo código de honra da cavalaria. Eram homens poderosos e virtuosos, e todos deram suas vidas para que o reino crescesse imponente entre aquelas terras irregulares e de bosques sinistros.
Hoje era Melissa Medrow a senhora daquele Palácio e de todas as terras e pastos ao redor dele. Era senhora de um povo, era rainha de uma nação, era comandante de doze legiões. Com menos de trinta anos ela já havia conquistado o reino sem rei de Osthuria, vencido os Corsários Negros e enforcado seu líder, caçado e matado o velho e sábio Dragão Amaranantir, que saqueava as caravanas de mercadores vinham ao seu reino e, principalmente, havia imposto aos reinos menores a supremacia de Meduna.
Melissa Medrow havia lutado e conquistado muito. E em nenhuma das batalhas que travou pela honra de sua família e de seus pais - todos já mortos, e mortos em campo - ela sentiu tamanho arrepio ao olhar para os céus.
Estava nevando.
Em cento e doze invernos, nunca, absolutamente nunca um único floco de neve havia atingido os pastos castanhos do reino fantástico. Mesmo nas noites mais frias, qualquer guerreiro podia dormir ao lado do cavalo ao relento sem preocupar-se com doenças. E em cento e doze invernos, Meduna nunca havia visto magia tão poderosa quanto era a magia de Tarthalia, a Bruxa Branca do Norte.
Mensageiros além das fronteiras traziam notícias sobre uma horda que surgia do nada, de monstros vindos de infernos inimagináveis, e de soldados que erguiam-se para a luta mesmo depois de mortos. Haviam histórias sobre dois reinos do norte que haviam caído como que feitos de palha diante da magia dessa mulher que Melissa somente mais tarde saberia o nome.
A rainha guerreira havia mandado expedições para as extremidades do reino, e nenhuma delas havia retornado. O inverno havia tomado conta dos pastos do norte e oeste. Não havia contato com os fortes do Martelo, do Cavalo de Prata e da terceira Legião mandada para as vilas de Valverde. Nenhum homem havia retornado vivo, e a voz horripilante da bruxa já alcançava as noites de sono da guerreira.
E ainda na sacada, a rainha baixou os olhos para as montanhas do norte. Lá ao longe pode perceber um branco ganhando o horizonte, como um leve lençol clareado sendo jogado sobre as terras conquistadas através do sangue de sua família. Kratia, sua Segunda Em Comando, já observava a rainha há algum tempo, e aproximou-se de sua senhora enquanto trazia o peitoral prateado em suas mãos calejadas pelo uso de armas.
-Majestade, as legiões estão preparadas. Todos os homens e mulheres estão em seus postos de defesa.