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[Renegado] Olhos paranóicos

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1[Renegado] Olhos paranóicos Empty [Renegado] Olhos paranóicos Ter Jul 21, 2009 6:12 pm

Oráculo

Oráculo
Bird of Prey
Bird of Prey

Button your lip. Don't let the shield slip.
Take a fresh grip on your bullet proof mask.
And if they try to break down your disguise with their questions
You can hide, hide, hide, behind paranoid eyes.


Dallas, Texas.

Mark entrou pela janela de seu apartamento, que ficava relativamente distante do local do incidente no estádio, ainda vestindo a armadura. Apertou o botão e logo o complexo mecanismo eletrônico estava montado defronte a ele, como se fosse uma daquelas velhas armaduras medievais que eram expostas nos museus.

O homem foi até a geladeira, após constatar que seu deveria fazer compras antes que morresse de fome e fechar a porta com um empurrão, pegou uma daquelas miniaturas de garrafas de whisky que as aeromoças servem nos aviões. Ligou a televisão velha e sentou-se diante dela. Observou as notícias com olhos atentos. Agira rápido o suficiente? Ao que parecia, sua imagem não tinha sido captada por nenhum dos câmeras que ali estavam. Talvez pudesse respirar um pouco mais tranqüilo agora, pensou Mark enquanto tomava todo o conteúdo da garrafa em um gole só.

O ex-militar sabia que não precisava temer a polícia local. Ele ajudara as pessoas, e pelo fato do projeto que criou sua armadura ser algo altamente sigiloso, provavelmente aqueles policiais do Texas nem faziam idéia de quem ele era.

Mark se sentia bem em ajudar as pessoas, e sentiu-se ligeiramente satisfeito ao ouvir pelo noticiário da madrugada que “dois heróis ajudaram no resgate dos feridos, impedindo que o desastre fosse maior. Não se tem idéia de quem são, mas fizeram um ótimo trabalho”.Dois, era verdade. Lembrou-se do outro herói que também estava ali, e de terem trocado rápidas palavras sobre o que teria causado aquilo.

Acabou adormecendo tentando imaginar o que teria acontecido. Acordou com as batidas insistentes na porta. Na hora seu coração disparou, e ele já estava prestes a vestir a armadura, quando ouviu a voz irritante da Sra Nancy, que era uma velha solitária – exceto pela companhia de muitos gatos – que lhe alugava o quarto. Claro, isso significava que já estava ali há uma semana, e teria que pagar pela próxima.

O problema de ser um herói, é que não se pode passar o número da conta do banco para que as pessoas agradecidas lhe enviem quantias com as quais poderia sobreviver. Estava quase sem dinheiro, e isso era péssimo. A velha continuou a bater incessantemente na porta. Era meio surda, e achava que aquele rapaz poderia ter sono pesado.

2[Renegado] Olhos paranóicos Empty Re: [Renegado] Olhos paranóicos Qua Jul 22, 2009 4:05 pm

O Sombra

O Sombra
Entidade Cósmica
Entidade Cósmica

O cheiro de mofo invadia o nariz do rapaz. Os passos pesados e cansados estalavam no chão de madeira carcomida por cupins, mas também, sendo um foragido e já tendo se mudado mais de 12 vezes em oito meses, aquele lugar era um palácio. Tinha tudo que precisava. Porém, ao abrir a porta da geladeira, reformulou o próprio pensamento Certo... Tem QUASE tudo que eu precisava... Resmungou meia dúzia de palavrões enquanto revirava entre garrafas de leite vazia, um pote de macarrão instantâneo já mal-cheiroso até achar uma garrafa de whisky em miniatura.

- Bom... Pelo menos tem o necessário. – Comentou, abrindo o lacre da garrafa com os dentes. Jogando o corpo sobre uma poltrona empoeirada, ligou a TV. Em meio aos chiados e imagem ruim, pôde sorrir um pouco ao ver a notícia falar sobre dois heróis, mas nenhuma filmagem dele. Podia respirar aliviado.

Deslizando a mão direita sobre a densa barba, Taylor analisou a garrafa. “Black Stone” dizia o rótulo, provavelmente uma alusão ao que iria virar o fígado do sujeito depois de beber. - Hunf... Quem se importa? – Resmungou empinando a garrafa e bebendo todo seu conteúdo de uma só vez. Em questão de minutos, estava apagado...

TOC TOC TOC

As batidas na porta o fizeram acordar de sobressalto, suando frio. Se não fosse a voz fanhosa e arrastada da Sra. Nancy, teria vestido a armadura e explodido a janela em fuga. Ela gritava algo sobre aluguel, Mark sabia que não tinha dinheiro suficiente... Teria que arranjar um maldito emprego. O exército o havia transformado em um fantasma, não tinha conta bancária, registro, não possuía nada exceto a armadura. Armadura que agora estava dentro do armário de roupas do rapaz, escondida como se fosse um casaco velho.

A TV ainda estava ligada, e Mark insistiu em não fazer nenhum barulho, permanecendo sentado. Mas sabia que ela não iria desistir. Correndo até o banheiro, o rapaz retirou as roupas jogando-as num canto, ficando apenas de cuecas. Molhou o rosto, e depois pingou água nos olhos, irritando-os. Depois fez uma concha com as mãos e aspirou água pelas narinas, espirrando e tossindo sem parar, puxando um lençol da cama, enrolou-se nele. Pronto, um doente perfeito.

Abrindo apenas uma fresta da porta, ainda espirrando e tossindo, com os olhos inchados e com lágrimas, resmungou algo, forçando a voz. - Sra. Nancy... – Um espirro. - Me desculpe, mas eu não tenho dinheiro agora para o aluguel... Vou receber daqui 5 dias, e usei o que tinha para comprar um remédio para essa gripe terrível, aconselho até a n... – Outro acesso de tosses. - Acho que não é uma boa idéia ficar perto. Mas prometo que lhe pago mais duas semanas até o final dessa. – Tentou forçar um sorriso entre aquela fresta, mas logo depois se escondeu atrás da porta, forçando mais algumas tosses. Esperava que a senhora desistisse.

3[Renegado] Olhos paranóicos Empty Re: [Renegado] Olhos paranóicos Sex Jul 24, 2009 5:37 pm

Oráculo

Oráculo
Bird of Prey
Bird of Prey

- Ora, rapazinho... Espere aí. – guinchou a velha do outro lado da porta. Taylor ouviu os passos vagarosos da senhora, e ficou pensando se deveria aproveitar o momento para dar o fora. Mas antes mesmo que pudesse se decidir, ouviu a velha dos gatos voltando de seu apartamento. Uma mão enrugada e com as unhas pintadas de rosa descascado estendeu um pacotinho verde para o ex-Sargento.

- Faz um chá. Tudo bem, me eu espero os cinco dias. – e se afastou. A velha tinha a saúde frágil, e não pretendia pegar qualquer que fosse o tipo de gripe que ele tinha. Mark suspirou aliviado. Já havia passado por tantas pensões com velhas mal humoradas que esperava que essa também fosse. Mas não era o caso, a Sra Nancy até que não era tão ruim.

De qualquer maneira, ele não sabia por quanto tempo ela seria tão legal com ele dessa maneira. Precisava de algum jeito para ganhar o suficiente pra sobreviver. Mark ficou pensando no que poderia fazer quando ouviu de novo a Sra Nancy se aproximando. Ele abriu a porta, e ela lhe entregou um pacote de tamanho médio.

- Vieram procurar por você ontem à noite. Quer dizer, não disseram o seu nome
– e obviamente Mark tinha dito um nome qualquer para a velha – Mas perguntaram que horas o rapaz que estava hospedado aqui chegava. Eu falei que não sabia, e eles me pediram uma média. Bem, eu disse que se voltassem sete horas da manhã provavelmente te encontrariam aqui, aí... Bem, aí o homem foi buscar esse pacote e disse que não seria necessário, era só te entregar antes das sete. Era um sujeito simpático, mas parecia com pressa.

O coração do Renegado deu um salto. Ouviu de dentro do pacote um ruído suspeito, e olhou no relógio velho preso na parede gasta do apartamento. Eram seis e cinqüenta e nove.

4[Renegado] Olhos paranóicos Empty Re: [Renegado] Olhos paranóicos Sáb Jul 25, 2009 12:11 am

O Sombra

O Sombra
Entidade Cósmica
Entidade Cósmica

O ex-sargento não pôde conter a surpresa ao ver a senhora lhe entregar o sache de chá, fazia tempo que alguém demonstrou se importar com Mark. Pegou o sache com as mãos trêmulas, fingindo ter febre, merecia um Oscar pela atuação de doente, mesmo fazendo maior parte do fiasco atrás da porta. Quando pensou a Sra. Nancy havia ido embora, Mark já planejava colocar sua armadura e esperar por algum assalto a banco, ninguém iria notar se pegasse trezentos dólares quando conseguisse pegar os ladrões, arranjaria o emprego até o final da semana também, bastava ser algo anônimo.

Porém, quando o pé já estava encostando para fechar a porta, a velha apareceu novamente, com um pacote maior em mãos. O ruído dentro dele tirou a concentração do herói, apenas conseguiu escutar o horário... 7 horas. Com os olhos arregalados em uma clara demonstração de surpresa, Mark tinha apenas um minuto para reagir, com o pacote em mãos, fechou a porta com um coice e correu para o banheiro. - Desculpe sra. Nancy, mas preciso vomitaaaaargh! – Gritou, tentando ser o mais convincente possível enquanto largava o embrulho no vaso sanitário e tampava. Devia ter mais uns dez segundos restantes, que foram usados para se jogar dentro da banheira e tapar os ouvidos.

Era óbvio que aquilo era uma bomba, era óbvio que já sabiam onde ele morava. Maldição, teria que se mudar novamente e já estava sem dinheiro. Mas Dallas não era mais segura para o jovem. Com os ouvidos tampados e o corpo encolhido dentro da banheira, Mark torceu para que fosse uma bomba de baixa potência, para danificar quem estivesse segurando-a, caso contrário, seria uma manhã dolorosa tirando cacos de porcelana e mármore das costas.

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