Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Você não está conectado. Conecte-se ou registre-se

[Alquimista] Confortavelmente Entorpecido

2 participantes

Ir para baixo  Mensagem [Página 1 de 1]

Oráculo

Oráculo
Bird of Prey
Bird of Prey

Hello,
Is there anybody in there?
Just nod if you can hear me
Is there anyone at home?


Dallas, Texas.
Algum momento de uma fria madrugada de fevereiro.


Clifford estava deitado em sua cama havia apenas algumas horas. Aquela havia sido uma noite dos diabos. No momento em que entrara em um sujo bar da cidade com o seu colega de trabalho, Helmet, já tinha sido tomado por um terrível pressentimento, que depois se confirmou quando a televisão do local, que transmitia as cenas do estádio momentos antes da final de futebol americano começar, mostrou dezenas de pessoas sendo tragadas pelas arquibancadas que caíam como se fossem feitas de papel.

O herói não perdera tempo, deu para Helmet uma desculpa qualquer, tomou uma de suas pílulas e saiu correndo. Quando a droga Pandora começou a fazer efeito, foi como se todas as moléculas do corpo do químico se agitassem mais rápido do que ele poderia imaginar. Em poucos instantes, o Alquimista foi capaz de correr de forma tão veloz que para os que passavam nas ruas, era apenas um borrão, impossível de ser distinguido.

Cliff lembrou-se de ter visto um herói que usava uma armadura prateada, cruzando os céus e salvando as pessoas que se dependuravam nos ferros retorcidos que eram tudo que sobrara da arquibancada. Enquanto isso, o Alquimista corria, carregando os civis para longe daquele lugar que ainda podia desabar. Os heróis trocaram rápidas palavras depois. Havia algo que os intrigou, havia sinais de uma explosão, mas absolutamente nenhum tipo de substância explosiva. Não dava pra saber se tinha sido um atentado terrorista.

Entretanto, todos esses acontecimentos não haviam perturbado tanto Clifford quanto ter visto ela, a chefe de polícia Nicole Morgan. Ainda que ela aparentemente não tivesse poder algum, a presença dela de alguma maneira tranqüilizava as pessoas, quando com seus cabelos negros presos num coque e seu distintivo reluzente, carregava alguns feridos até o posto médico montado às pressas.

Quando tudo pareceu estar resolvido, o Alquimista pretendia se aproximar dela, talvez convidá-la de novo para sair, mas não estava sentindo-se bem. Sentia claramente os efeitos de Pandora passando, junto com o mal-estar costumeiro.

Então ele foi embora. E agora estava ali, sozinho no quarto escuro, com seus pensamentos. O relógio tocou, e Cliff viu que já eram seis da manhã. E que teria que dar aula na Universidade daqui a duas horas. Seu estômago ainda doía.

Super-Admin

Super-Admin
Entidade Cósmica
Entidade Cósmica

O professor levantou-se da cama preguiçosamente. Seria a segunda noite seguida não dormida. Tacou dentro da boca um punhado de comprimidos: estimulantes e energéticos feitos por ele mesmo, em seu laboratório particular. Mas não eram as medicinas que permitiam àquele homem superar o cansaço e as dores. Era o seu ímpeto heróico. A incapacidade de ignorar os gritos de ajuda que podia ouvir na noite cada vez que abria a janela de seu quarto.

Seu ritual matinal consistia em uma ducha rápida, um café da manhã restrito e extremamente balanceado, e meditação. No chuveiro, enquanto deixava a água lavar parte do cansaço de seus ombros, refletia sobre a armadura voadora que surgiu no incidente da noite passada.

Enquanto comia em sua cozinha branca, imaginava se seria um homem por trás daquele elmo metálico, e, se houvesse, quem ele poderia ser.

Mas foi durante a yoga, sentado em pose de lótus e meditando sobre a própria respiração, que Clifford decidiu que precisaria tomar medidas caso ambos se encontrassem novamente.

Quando faltavam trinta minutos para o início de sua aula, o herói alinhava sua gravata em frente ao espelho, próximo da porta. Encarando seu próprio reflexo, pensava no mundo lá fora. Não se sentia bem, apesar de estar relaxado. Atravessar a porta ao seu lado indicava passar por um mundo sujo, pálido e assustador. Após pegar sua carteira, sua mala, e alguns apetrechos que havia inventado, o herói analisou sériamente um frasco de Pandora que sempre carregava consigo.

Engoliu o comprimido negro e brilhante e sentiu o poder preenchendo cada célula de seu ser, e saiu de seu apartamento. Era muito mais fácil encarar o mundo assim.


Super-Admin efetuou 1 lançamento(s) de dados 1d6 :
4

https://omniverso77.forumeiros.com

Oráculo

Oráculo
Bird of Prey
Bird of Prey

Os comprimidos que o químico ingeriu trataram de amenizar o cansaço físico que sentia, e através da meditação ele sentiu-se revigorado mentalmente e espiritualmente também. Entretanto, era como se algo não estivesse de acordo. Cliff perdera as contas de quantas vezes havia deixado de lado uma boa noite de sono para ajudar pessoas em perigo. E no outro dia, apesar de cansado, sentia-se satisfeito.

Mas dessa vez, tudo parecia diferente. Analisando o frasco de comprimidos negros que estava em sua mão, percebeu que era como se o mundo estivesse mais... cinza e sombrio naquele dia. Sem hesitar, o herói tomou um dos comprimidos de Pandora, e saiu.

Sentindo os efeitos da droga reagindo gradativamente em seu organismo, Cliff caminhou pelas ruas de Dallas, observando as coisas e as pessoas. O professor geralmente ia à pé para a Faculdade quando as aulas eram matutinas, usando o veículo só nos dias de aula noturna. Em pouco mais de 15 minutos o professor viu um aglomerado de alunos na porta da Universidade de Dallas. Passou entre eles, cumprimentando um e outro que reconhecia, e viu que o lugar estava fechado. Após trocar rápidas palavras com o vigia local, ele disse que as aulas haviam sido suspensas porque arrombaram a escola durante a noite.

- Ei, você é professor de Fisiologia, não é?
– perguntou o vigia, que trajava um uniforme negro e tinha um rádio-comunicador nas mãos. Cliff já trocara umas poucas palavras com o sujeito tempos atrás. – Olha, parece que não levaram nada, mas o único lugar que os bandidos reviraram foi o teu laboratório.

O homem falou tudo isso como se fosse algo sem importância, dando passagem para Cliff. E o herói teve a impressão de que os poderes recém-adquiridos pela ingestão de Pandora não seriam tão mal-aproveitados assim.

[Paredes, se tu quiser fazer algo antes de ir pra Universidade, me manda uma MP que eu edito.]

Super-Admin

Super-Admin
Entidade Cósmica
Entidade Cósmica

Cada vez que sentia o poder da fórmula correndo por suas veias, preenchendo seus músculos e reconfigurando seu corpo a nível molecular, Cliff sentia-se bem. A sensação era estranha, como a de um arrepio constante. Havia provado e estudado isoladamente cada efeito, registrando, arquivando e treinando seus efeitos, a ponto de reconhecer boa parte dos efeitos poucos minutos após a ingestão da droga. Os efeitos físicos eram sempre variados, uma vez que cada pílula montava seu corpo como um quebra-cabeças diferente, mas a sensação de felicidade e invencibilidade era sempre a mesma. Cliff sentia-se capaz de fazer tudo, até mesmo de carregar o mundo nas costas.

Mas seu sorriso desapareceu ao perceber as portas da universidade fechadas. Seu cenho se fechou quando o guarda lhe informou sobre o incidente. O jovem professor sabia exatamente o que aquilo poderia significar. Apenas seu laboratório havia sido arrombado. Claro como água que não se tratava de uma marginalização. O guarda disse que nada havia sido roubado porque obviamente, como todo mundo, não fazia idéia do que o professor guardava em seu laboratório.

Cruzou os corredores da instituição a passos largos. Olhou para o relógio em seu pulso, calculando quanto poder ainda poderia ser usado. Quem teria sido? Repetia consigo mesmo como um mantra para que fosse apenas um engano. Se não fosse, não somente seu laboratório e seu conteúdo estava comprometido, mas a própria vida do professor. Sua identidade secreta havia sido descoberta. Mas quem? O único nome que vinha em sua mente era o de Henrich Valmont, o vilão conhecido como Quimera, seu nêmesis. Mas Quimera não teria porque invadir seu laboratório. Ele conhecia a fórmula da droga e graças as suas desfigurações, jamais tentaria reconstruir o produto.

Saindo da nuvem de pensamentos, Cliff viu-se diante da porta de seu laboratório. Levou a mão até a maçaneta, olhando para os lados do corredor antes de abrir a mesma. Estava na hora de parar de especular e começar a investigar.

https://omniverso77.forumeiros.com

Conteúdo patrocinado



Ir para o topo  Mensagem [Página 1 de 1]

Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos