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A Cena de um Crime

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1A Cena de um Crime Empty A Cena de um Crime Qua Jul 15, 2009 4:19 pm

Super-Admin

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MARCOS



O equipamento do tal Fulgor era impressionante. Undertaker equilibrava-se sobre a prancha criada pelo herói que voava em sua própria alguns metros a frente. Tentava não olhar para baixo conforme os dois construtos cortavam o ar e aproximavam-se da cidade. Logo estavam driblando os prédios da cidade grande em uma viagem apavorante, dada a velocidade e as curvas abruptas que Fulgor fazia e Undertaker, como um carona, só podia se segurar e esperar pelo melhor.

Aparentemente não havia risco de serem avistados. Antes de chegarem na cidade Fulgor tomou a precaução de cobrir ambos com um campo de invisibilidade pessoal, que mais lembrava uma bolha de luz translúcida, ao menos aos olhos de quem estava ali dentro.

O tal cientista assassinado morava bem. Na zona alta da cidade, em um bairro rico. Seu casarão era afastado dos outros, rodeado de árvores. A cidade ainda estava acordando, e aquele bairro dormia profundamente. O céu começava a ganhar as cores do dia enquanto que ambos pousavam nos fundos da grande propriedade.

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2A Cena de um Crime Empty Re: A Cena de um Crime Qua Jul 15, 2009 4:35 pm

Lobo

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O MAIORAL
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Undertaker assim que avistou o casarão soltou um assovio. Pelo visto, aquele doutor havia explorado muita gente, ou então havia descoberto a cura para o HIV ou algo parecido. Não era problema do Herói das Catacumbas, e assim que pousaram o Undertaker rumou para a porta da casa. Verificou se ela já não estava aberta e caso fosse ela estar trancada, iria checar se não havia o empecilho de um alarme. Se houver, ele iria simplesmente procurar o painel que controlava o alarme para desativá-lo através de curto-circuito. Era um método rústico mas eficaz. Provavelmente para isso, ele devia abrir a porta. Para isso, usou sua perna direita com força.

- Bem...espero que não tenha pudores nessas horas, Fulgor. Afinal, invadir a casa de um defunto não é um grande problema, é? Vamos...

Adentrou, indo primeiramente para a geladeira e vendo se havia algo que podia consumir ali. Cerveja seria um bônus.

3A Cena de um Crime Empty Re: A Cena de um Crime Qua Jul 15, 2009 4:51 pm

Super-Admin

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Undertaker deixou Fulgor para trás enquanto entrava na casa. A porta estava encostada, embora obviamente houvessem alarmes na casa, vista a tecnologia empregada na mesma. Estavam desligados, pelo visto. O anti-herói avançou pela cozinha, diretamente ligada a entrada dos fundos por onde entrara.

A casa estava morbidamente silenciosa, enquanto raios de sol tímidos entravam pelas frestas da janela. Undertaker abriu a geladeira e, para seu desgosto, o cientista fazia parte daquele grupo de homens que se preocupa com a saúde. Somente comida vegan e nada de álcool pela geladeira ou pelos armários.

Fulgor entrou lentamente, flutuando alguns centímetros acima do piso. Seu visor, quase um espelho, refletia a imagem dos objetos ao seu redor enquanto ele analisava cada detalhe do ambiente. -Espero que encontre os vestígios que procura nos potes de biscoito. Mas lembre-se de cuidar para não deixar suas digitais espalhadas pela casa toda, sim?

Quando foi responder, Undertaker freou. Alguém poderia dizer que ele havia ouvido algo, mas talvez fosse justamente o oposto. Para alguém capaz de ouvir e ver os mortos, talvez fosse possível também perceber o oposto.

Seguindo um instinto, Undertaker caminhou em direção a sala. Estava em perfeito estado, alinhada e arrumada. Undertaker olhou diretamente para o sofá. Havia um chá abandonado na mesinha ao lado deste. Chinelos soltos em frente. Focou seu olhar no sofá. Havia algo ali. Ou melhor, houvera. Se a alma do assassinado tivesse um cheiro para ser seguido, Undertaker poderia apostar suas fichas que aquele assento era o último lugar a ser marcado por esse cheiro. Era ali que ele estava quando teve sua alma arrancada. Ali que esteve antes de morrer.

-Ali. -Fulgor, que havia seguido Undertaker e o encarado durante todo o processo de procura, agora apontava para o canto da sala. Os olhos de Undertaker demoraram um pouco, mas encontraram uma pequenina câmera acoplada a parede.

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4A Cena de um Crime Empty Re: A Cena de um Crime Qua Jul 15, 2009 5:00 pm

Lobo

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"Maldição. Bendita geração saúde e seus fricotes. Se querem ter um corpo saudável, que vão a luta e comam carne e bebam cerveja. Tsc..."

Com uma certa expressão de desapontamento, Undertaker ouviu o que Fulgor falou e acenou de volta, mostrando as luvas que usava nas mãos. Ele não era desleixado, apenas mal-educado. Quando pensou em pegar um copo de água gelada, a sensação que ele sempre sentia foi até sua mente, mas desta vez era um pouco diferente. Ele não estava ouvindo um defunto, ou sendo interpelado por um fantasma, mas ouvia sim o que pareciam ser os últimos momentos de uma pessoa. Não claramente, não com palavras, mas com instinto. Ao aproximar-se calmamente da sala, avistou a cena da xícara de chá deixada para trás, com chinelos postos, tudo em seu devido lugar. O homem estava descansando quando teve sua alma arrancada, obliterada, ou algo do gênero. Em seguida, Fulgor aproximou-se e apontou a câmera. Então a casa tinha um sistema de vigilância e isso não devia ser para filmar meros ladrões que entram na casa para furtar. Dane-se, a questão era que a cena podia ter sido gravada.

- Procure pela sala onde fica o computador que recebe as imagens desta câmera, Fulgor. Eu acho que ficarei aqui e procurarei outras evidências do que aconteceu. O Doutor aqui se fodeu e parece que nem percebeu, o que é muito estranho...

5A Cena de um Crime Empty Re: A Cena de um Crime Qua Jul 15, 2009 5:09 pm

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Fulgor consentiu, virando-se para iniciar a procura. Abandonou a sala, deixando Undertaker acompanhado apenas de seus pensamentos. O justiceiro coçou a barba enquanto corria os olhos pelo lugar. O chá estava pela metade na xícara. Olhou para a porta e percebeu as chaves penduradas pelo lado de dentro.

Afundado entre as divisas do sofá, encontrou um controle remoto. Olhou, a partir da perspectiva de quem estava sentado, e percebeu as luzes do aparelho de som ligadas. O volume é que estava zerado. Aparentemente o doutor estava relaxando em casa, tomando um chá e ouvindo um sonzinho. O cadáver estava vestindo (o que restava, ao menos, depois de ser queimado e despedaçado) um pijama e um roupão.

Não haviam sinais de arrombamento em lugar algum. Alguém havia entrado naquela casa sem que o doutor percebesse e arrancado sua alma repentinamente? Ou será que ele mesmo abriu a porta para o seu assassino?

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6A Cena de um Crime Empty Re: A Cena de um Crime Qua Jul 15, 2009 5:14 pm

Lobo

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A conclusão lógica que ele poderia chegar é de que o doutor foi atacado por alguém que conhecia. Pelo simples fato de o volume da TV estar zerado significava que ele podia estar conversando com alguém e todos sabem que o som da TV atrapalha a concentração. Mas, isso somente a câmera poderia dizer, e quem quer que tenha feito isso podia ter qualquer tipo de atitude a ser esperada. Undertaker então observou o cenário com ainda mais atenção. Por mais que o solo fosse rígido e claro, tudo deixa marcas. Observou com mais atenção o sofá, a própria televisão, e se desse verificaria a poltrona onde o doutor morreu, também checando bolsos e afins. O caso era intrigante, e despertava a curiosidade do Coveiro.

7A Cena de um Crime Empty Re: A Cena de um Crime Qua Jul 15, 2009 5:45 pm

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Refletindo, Undertaker imaginou que para receber alguém em sua casa, de pijamas, era necessário intimidade. Se o homem era um cientista, tempo de sobra era algo que ele não tinha. Devia virar as noites acordado, acordar muito cedo, ou nem ao menos dormir. A visita deve ter ocorrido muito cedo ou muito tarde para pegar o cientista fora do trabalho, literalmente de ceroulas.

Claro, tudo era especulação.

Olhou para o piso de madeira, e abaixou-se para encará-lo contra a luz. Diante da porta. Haviam resquícios de pegada. Marcas de gordura e sujeira bem superficiais. Várias. Umas pegadas ali eram bem, bem grandes.

-UNDERTAKER! AQUI!


Fulgor o chamava. Undertaker seguiu a voz, vinha de um corredor distante da sala. Seguiu por ele já empunhando sua arma, preparado para tudo. Chegou em um cômodo que era uma pequena biblioteca. Encontrou as estantes reviradas, uma delas estava partida, caída no chão em meio aos muitos livros. Onde deveria haver uma parede, atrás dessa estante caída, havia uma passagem. Degraus.

De lá vinha a voz de Fulgor.

Undertaker desceu as escadas de metal, não enxergando nada lá dentro. Chegou em um corredor estreito e gelado. A única luz vinha de uma sala à esquerda. A luz vinha de Fulgor, e de algumas telas a sua frente. Parece que o cientista possuía um Porão do Pânico, ou um lugar bem seguro debaixo de sua casa. Ou não tanto. O computador estava bem destruido, amassado, e parte de sua CPU havia sido simplesmente rasgada.

Fulgor digitava em um teclado, e exibia em um dos monitores algumas gravações. -É tudo o que eu consegui recuperar. Está sem áudio.

A gravação em preto e branco, feita há dois dias, mostrava o cientista sentado no sofá, confortavelmente, como Undertaker havia previsto. A câmera externa mostrava um carro negro estacionando em frente ao lugar. O cientista se levanta, percebendo que alguém havia chegado. Eram 4h30 da manhã. Ele abre a porta e recebe um homem, o qual abraça de forma afetiva. O homem abraçado é um sujeito velho, de terno negro. Ele apresenta o seu convidado para o cientista. O convidado usa óculos e parece sinistro.

Todos entram, eles começam a conversar. É impossível saber o que eles estão falando por leitura labial. O cientista oferece bebida e finalmente se senta, e ele e seu conhecido conversam enquanto ele abaixa o volume do som. O terceiro homem apenas observa, como um segurança.

A discussão segue por longos minutos, e o cientista parece se alterar. Quando ele tenta se levantar, visivelmente nervoso, o velho o empurra de volta para o sofá. Aponta para seu rosto. Parece ameaçá-lo. Ele se vira e fala algo para o seu "segurança". O cientista tenta fugir, erguendo-se do sofá, mas tudo o que o terceiro homem faz é puxar de seu terno um objeto, como um tubo ou cano. Ele aponta para o cientista e um estalo de luz acontece. Undertaker sente que foi nesse instante.

O corpo do cientista cai lentamente no chão, enquanto os dois homens seguem para o interior da casa.


-Agora veja isto.

Fulgor seleciona outra câmera e sincroniza os horários. Uma gravação em infra-vermelho revela um lugar escuro, semelhante aquele onde estão. Uma enorme porta de metal redonda e pesada é filmada pela câmera. Os dois homens se aproximam. O mais velho tenta ganhar acesso a essa porta através de um pequeno painel. Ele se irrita após algumas tentativas. Logo eles se retiram dessa sala.

Undertaker olha para Fulgor, que responde o olhar como que entendendo sua pergunta. Ele se levanta, erguendo um globo de luz conjurado pela sua manopla. O globo ilumina a sala, e Fulgor caminha pelo corredor, e agora até o fim.

Undertaker o segue e ambos chegam a uma pequena câmara. A porta de metal, grande como um armário, está amassada e arrebentada no chão. Dentro daquele cofre, um laboratório particular. Totalmente vazio.

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8A Cena de um Crime Empty Re: A Cena de um Crime Ter Set 15, 2009 11:48 am

Lobo

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A Cena de um Crime Undertaker001


- Chegamos tarde, Lamparina! Mas pelo menos temos idéia de quem fritou o coitado na sala. Acho que tá na hora da gente quebrar uns dentes e arrancar informações. Alguma idéia de onde começar?

Undertaker olhava em volta, procurando alguma evidência que não estaria ali. Era claro para ele que aquilo não foi feito há pouco tempo, então as pistas esfriaram. Se ao menos a alma do pobre doutor não houvesse sido arrancada. Mas, talvez isso tivesse ligação com a Amazona que veio de outra realidade ou tempo. E arrancar informações de alguém tão forte quanto ela poderia ser complicado. Ia ter que arrumar um jeito certo para fazer isso. Esperou Fulgor começar a caminhar. Talvez fosse uma boa idéia levar a CPU mesmo avariada para tentar recuperar o máximo de informações.

- E então, xará? Afim de uma cerveja? Estou louco por uma desde que encarei o Walkman e a Xena, a Princesa Guerreira.

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